quinta-feira, 27 de março de 2025

Cronicando: CONEXÃO UM SUSSURRO DA ALMA


Crônica CONEXÃO, UM SUSSURRO NA ALMA 


O Autor de tudo e de todos, e nosso salvador, é a essência de quem somos. A quem devemos temer? De quais adversidades desafiadoras, quando temos vosso apoio, que inspira e norteia, devemos nos abster? 


O senhor é a força da nossa vida; de que devemos declinar? Se, quando fazemos nossa morada em seu paraíso, teu universo, nosso abrigo, e em nosso coração tua morada, de tudo que precisamos, buscamos e recebemos do Senhor, como um canto de louvor. 


Em nossa caminhada, nos anos que se passam, a vida se compôs com a arte: de aprender e aperfeiçoar, bailar, cantar, dançar, desenhar, escrever, figurar, humanizar, interagir, ler, musicar, narrar, ouvir, produzir, querer, ressignificar, sonorizar, teatralizar, unir, valorizar e zelar. 


São tantas criações belíssimas, folhas desprendidas de suas árvores, viajando pelo espaço, pousando em alguém, em uma causa ou uma missão. Não seria diferente com as folhas do romance best-seller de Rachel Joyce, que já exibindo um bailado nas telas do tempo, também atravessaram campos de querer, pousaram sutilmente nas mãos de um passageiro… 


Não era um passageiro despercebido, mas um humano sensível às questões humanas, caminhando discretamente pela senda musical, trajando característica de uma musicalidade alegre, e um sobretudo triste, na bota, passos seguros, quando embrenha em vertentes que jorra aceitação das dificuldades da vida, superações e a importância das relações humanas. 


São fontes puras, que valorizam o presente, e celebram a alegria, encontrada em cada "simples canção", das mais de seiscentas composições que atravessam densas matas da nossa audição, trazendo na alça da guitarra, além de uma voz suave e estilosa do rock e do folk, uma tonalidade conservadora, introspectiva e reflexiva que escondem a mais íntima sensação humana, explorada com beleza e uma constante busca da simplicidade na passagem do seu tempo. Mas que se conecta ao ouvinte como o sussurro de um vento brando, que nos acaricia por horas, sem nos chatear. 


Uma paixão sedutora fora abraçada, que não era eu, nem a que carrego no nome, ou a que sinto, mas, a única paixão que importava a autora e aos dirigentes teatrais que respiravam os sopros de ventos de desejos desafiadores quando inebriantes ares de uma vontade, galgou em um espaço desconhecido, transpondo as montanhas sonoras de um passageiro encantado pelo aroma exalado. 


O Passageiro, que compôs fontes inesgotáveis, com fragrâncias de amor, em abundantes nuances que ganharam contornos possíveis por uma identificação de semelhanças com os personagens e as jornadas percorridas, adaptando-as ao teatro musical de "A Improvável Peregrinação de Harold Fry". 


Ah, Passageiro reluzente, seus passos flutuantes em crepúsculos, deixam rastros, arrancados de um peregrino que transluz amor, nutre a paz, e ensina seguir em frente. 


Se fez professor na arte de tecer coragem, manter o olhar fixo no horizonte, acordar o ânimo em cada anoitecer de desânimo, se levantar da poltrona do cansaço, colocar confiança na bagagem e ensinar a nunca desistir, nem da saudade que esperança, nem do que causa o medo que avassala. 


Como um bom professor, ensina a observar de forma perspicaz, a vida cotidiana, as relações humanas, a sociedade intimista a qual se norteia, e ter um olhar atento para os detalhes da vida urbana, os hábitos, dilemas, angústias e sentimentos que ressignificam a vida. 


Ensina também que de tudo que nos ronda durante nossa jornada nesta vida, nada do que nos desafia, e nenhuma sombra, deve ser ignorada. 

- Sombras são vultosas oportunidades para encarar ou seguir! 


Quão vultosa a ambígua é também a relação entre linguagem e comunicação, esse aspecto fascinante das interpretações humanas, que se inova em um mundo cada vez mais globalizado. 


Uma ambiguidade desintencionada, que se ausenta de uma clareza expressiva, diante da narrativa de um sentimento que não se encaixa confortavelmente em uma linha traçada que venha definir a correlação, quando se representa a realidade singular de uma pessoa que vive a experiência da comunicação em diferentes interpretações. Levando ao entendimento de como a linguagem, a musicalidade e a arte, moldam nossa percepção do mundo, e como o aprendizado de um segundo ou mais idiomas, pode influenciar positivamente em nossas conexões interpessoais. Afastando de vez o vulto da ignorância. 


Em um protagonismo narrado, a afirmativa de quão importante é buscar a sombra do conhecimento, haverá um relato da pouca experiência com outros idiomas, e peculiarmente com a língua inglesa. 


Ainda na infância somos apresentados ao básico da língua inglesa, aprofundar a compreensão e a pronúncia cabe ao interesse pessoal e pasmem: ao nível social. 


Buscar aprender e aperfeiçoar a língua inglesa, sempre foi minha determinação, não por vocação, mas por uma exigência da sociedade que mede o nível social pelo conhecimento bilíngue. Oh! Quão submissos a um sistema, a uma imposição, ainda podemos ser? 


Adormecer o pouco que aprendi em um sono profundo, veio do comodismo pelos anos dedicados a regionalização, um entendimento de que antes de conhecer o mundo, devemos conhecer as peculiaridades da nossa nação, priorizando costumes e linguajares que proporcionaram a identificar, mapear e promover inclusões sociais, desenvolvendo as tradições étnicas, nativas e regionais. Uma missão árdua e infinda: interligar cidadãos excluídos através da arte, cultura e educação. 


Mas, de toda sonolência devemos despertar quando há uma necessidade, e reaprender, mais que necessário, ilustra um aspecto fundamental no aprendizado, de que na conexão, a comunicação ao invés de ser norteada por um poder, deve ser, em qualquer cultura, uma via de duas mãos, de modo que ocorra um diálogo significativo, necessário e vindo de um esforço mútuo entre os interlocutores. Mas, essa conexão deve ser também ampla e visionária, independente da imposição social imperativa de que todos devem se adaptar em um único idioma, também em um único sistema que norteia todas as demais culturas, economias e nações, por uma dinâmica reveladora de um poder que não é apenas linguístico, mas também cultural. 


Há um grito que alerta que o não fluir, impede avançar em conhecimento e narrativas, mas que mostra a realidade dos dias atuais, cheios de oportunidades, onde as crianças aprendem o inglês desde o início da vida letiva. E elas, se tornam nossos auxílios e uma necessária interlocução. 


Impregnada de uma humildade, nunca antes revelada, mas que considero ser admirável tanto quanto motivador por ser cheia de verdade, expor real dificuldade, o que é peculiar a minha pessoa, reconhecer minha própria limitação ao tentar me comunicar em outro idioma, ocupando uma posição de destaque mundial, onde me comunico com pessoas de todas as nações, quando sempre a exemplo do passageiro, desafiei todas dificuldades. E nunca foram poucas. 


Sempre agradeço ao recurso desastroso do tradutor do Google, por vezes que auxilia uma tradução, mesmo que troque os sentidos das palavras. Já perceberam o quanto o tradutor muda os sentidos das palavras? 

Eu percebo desde que há dois anos aventuro me comunicar com estrangeiros. Mas também força um aprendizado involuntário por meio de interpretações e traduções de músicas, no meu caso, em específico, na maioria, composições do passageiro, um humano gentil, transvestido de empatia, que por uma conexão superior me identifico muito, e que se faz um professor habilidoso ao ensinar seus fãs no mundo todo compreender suas melodias no seu idioma, quando cantando se comunica soletrando frases e versos de forma que facilita a compreensão de todos ouvintes. 


Mas a falta de compreensão de uma outra língua, reflete também uma realidade vivida por muitos alunos que, apesar de receberem o conhecimento acadêmico, não ganham a confiança necessária para usar o idioma em situações do dia a dia. O medo de errar e a insegurança na pronúncia muitas vezes paralisam o aprendiz, mostrando que o domínio da língua é tão complexo quanto a própria linguagem leva a crer. A exemplo, quando recebo uma ligação internacional, eu fico apenas sorriso, enquanto ouço e tento decifrar cada palavra, pronunciada como se fosse um código, e ao final, apenas falo mais para mim do que para a compreensão do adorável interlocutor: - Sorry, I understand, but I can't answer. I will write what I understood. 


Mas também nem tudo é uma tragédia em nossas comunicações, às vezes vira uma comédia, ouvir nossos próprios risos, eternizam momentos memoráveis e únicos, que talvez se houvesse fluidez na resposta não seria tão gostoso, porque do outro lado também na maioria das vezes, há um interlocutor que não compreende uma palavra do nosso idioma. 


Entendo também que a narrativa é ainda mais enriquecida pela conexão emocional que temos com a arte, a literatura e a música como um todo, inclusive a arte de um interlocutor fazer o outro sorrir com toda inteireza de alma. 

- Em uma conexão, um sussurro na alma ecoa.


Mas, nada se compara a um momento bem intimista ao ouvir uma canção que ressoa com nossos sentimentos mais profundos como ocorreu comigo, durante uma consulta médica, quando ouvi Passenger cantando "keep on walking Mr Fry". Ao traduzir a letra, senti como se a música fosse composta para mim, tamanha identificação com a história da personagem principal do musical e o meu momento. Pretensão? Não! Talvez um querer. 


A música, em sua capacidade de transcender barreiras linguísticas, em especial às músicas do Michael, que venho devorando desde o café da manhã até a última ceia, com uma fome insaciável nos últimos dois anos, me ajudam a expressar e compreender emoções que palavras não conseguem captar. É um exemplo poderoso de como a arte serve como um canal para a comunicação emocional e uma forma de união entre pessoas, independente da fluência em um idioma específico ou da distância que se encontram. Essa união faz com que um desconhecido com vida pública se torne íntimo e passamos a fazer parte da vida um do outro.  


Além disso, uso essa narrativa para tocar na importância da empatia e da humanização nas interações. O Passenger é descrito como um professor não somente por essa narradora, mas também por todos que têm a graça de conhecê-lo como uma figura que exemplifica a beleza da autenticidade e o poder transformador da arte da comunicação. Essa visão é expandida para uma reflexão mais ampla sobre a necessidade humana de uma conexão genuína. 


Em um mundo marcado pela superficialidade, a busca por relacionamentos significativos e a apreciação da beleza que emana da alma se tornam essenciais. 


Nada que nos encantam se constrói de uma hora para outra, assim como as músicas para o musical, que o Mike relatou que vem compondo há quatro anos, uma relação também se constroi com tempo, dedicação e disposição. 


Está narrativa evidencia também a complexidade da comunicação em um contexto global. A luta dessa protagonista para se expressar em inglês é um microcosmo das dificuldades enfrentadas por muitos indivíduos que buscam conexão em um mundo diversificado. Mas, através da experiência que relato, somos lembrados da importância da empatia, do aprendizado coletivo e da beleza que reside na autenticidade do ser humano. A verdadeira comunicação, que transcende a linguagem, é aquela que se baseia na compreensão mútua, no respeito e na arte de nos deixarmos tocar pelos outros. 


Quando falamos sobre o momento em que alguém lança uma nova obra, especialmente numa fase delicada da vida humana, como quando acontece uma eventualidade, a conexão torna-se ainda mais intensa. Essa circunstância contrasta a música com sentimentos de amor, incerteza, saudade e vulnerabilidade, criando um mosaico de um alicerce emocional 


Em um contexto de diagnósticos médicos, que frequentemente evoca ansiedade e reflexão sobre a saúde e a vida, a melodia do Passenger surge como um bálsamo. 

Igualmente, sinto que o trabalho, desde a composição aos arranjos musicais, proporcionam ao músico um escape, um instante em que as preocupações são temporariamente dissipadas, e a mente encontra um refúgio na beleza da canção. 


A capacidade de uma composição tocar no íntimo da experiência humana é o que a torna fundamental na vida de muitas pessoas. A música, ao mesmo tempo que presta homenagem às emoções e as vivências que enfrentamos, também se torna um veículo de esperança. 


A tradução da letra da canção, eu fiz com olhos marejados, revelando a profundidade da emoção que a música pode evocar. O ato de traduzir não é apenas uma troca de palavras, mas uma reconexão com a essência da mensagem contida na obra. As letras fazem eco às experiências pessoais, refletindo momentos que todos nós, de alguma forma, podemos nos reconhecer. Mas a íntima e inexplicável ligação (de alma) com o Senhor Rosenberg, se transforma em um paralelo que enriquece a narrativa, evidenciando como figuras artísticas podem influenciar e apoiar durante períodos cruciais e, muitas vezes, solitários. 


Sendo um momento ímpar na vida de alguém, a música oferece uma companhia que transcende a distância física. A afirmação de que Mike e outras pessoas que promovem o bem estão presentes, mesmo estando do outro lado do mundo, toca na ideia de que a arte ultrapassa fronteiras. Este conceito é especialmente crucial no mundo contemporâneo, onde as conexões são frequentemente feitas através de telas, mas com um significado profundo que pode unir as pessoas em um mesmo compasso de empatia. 


Além disso, ao reivindicar que o mundo precisa de mais beleza e empatia, a mensagem se transforma em um manifesto sobre as necessidades humanas básicas. A beleza que vem da alma, como a do Mike, é um lembrete de que a autenticidade e a simplicidade são essenciais para uma vida plena e significativa. A autenticidade de Mike, nas suas canções e na sua própria essência, reflete um movimento de retorno ao que realmente importa: as conexões humanas, a compressão e a bondade. 


A relação entre a música do Passenger e a própria jornada de vida dessa protagonista se cruza em momentos de fragilidades, que ao mesmo tempo nos fortalecem. A arte neste contexto, torna-se não só uma forma de Expressão, mas também um refúgio e um chamado à ação. Como sugere o autor da letra - o mundo realmente precisa de mais beleza e empatia. Que possamos sempre lembrar da importância da autenticidade e da união em nossos momentos mais desafiadores. 


Ainda que não tenha tido a oportunidade de ler o romance da escritora Rachel Joyce, "Keep On Walking Mr Fry" escrito por Michael Rosenberg tocou profundo em minha alma, sou grata ao Mike, a autora do livro, ao produtor de áudio Chris Vallejo e Nic Minns, Dan Matheus (Diretor), Matt Gentleman (Produtor), Ben Lewis (Diretor de Fotografia), Mark Addy e Jenna Russell (Assistente de Produção), ao Chichester Festival Theatre) e a todos envolvidos nessa produção maravilhosa. 


A história de Queenie e seu encontro com o Sr. Fry, retratando um símbolo de coragem e determinação, nos mostra como pequenos gestos de solidariedade e carinho podem fazer toda a diferença em momentos difíceis, ensina sobre otimismo, impactando positivamente também inspira a acreditar que com amor e apoio mútuo, mesmo em situações mais desafiadoras, é possível encontrar motivos para sorrir e continuar seguindo em frente, podendo esperar qualquer obstáculo que a vida nos apresente. 


A referência ao verão esperado pela chuva, com a esperança renovada e consciência de uma Santa, uma metáfora poderosa que nos lembra da importância da paciência e da esperança mesmo em tempos de incertezas e crescentes desafios, onde uma simples presença faz toda diferença em nossa vida. 


Ao abordar um tema muito íntimo o faz ser emocionante, mostrando a importância de acreditar em algo maior do que nós mesmos. 


A mensagem de perseverança, um exemplo poderoso do otimismo e da positividade que permeiam a história, lembra que  as vezes é preciso apenas  continuar andando, seguindo em frente, mesmo quando tudo parecer perdido em uma jornada impossível, também, encontrar forças e apoio na presença dos outros nos momentos mais difíceis e sombrios é um lembrete de que manter a fé transmitida, inspira e permite superar os obstáculos porque sempre haverá uma luz no fim do túnel. 

- Ou deverás um poço ser tão profundo quanto o Senhor de tudo? 


Sentir o amor ainda que seja subliminar é algo mágico e milagroso que nos mantém vivos. 

 

A letra da música aborda um tema distinto, muito íntimo e sensível que em mim, esteve encoberto até então, revelado de forma emocionante, relatando a importância do apoio e da presença, ainda que não seja física, de outras pessoas em nossas vidas. Faz a vida brotar quando pequenos gestos nos reconfortam, mesmo que seja de maneira indireta. Uma luz especial acende em nossos olhos iluminando o lugar onde encontramos forças para continuar. 


A presença do Sr. Fry na vida de Queenie é retratada como um verdadeiro presente, capaz de trazer alegria e esperança para ela. A música nos faz refletir sobre a importância de estender a mão para aqueles que estão passando por momentos difíceis, e como um gesto simples de carinho e apoio pode fazer toda a diferença. 

 

De uma forma bem profunda, além da musicalidade, eu sinto a não do Mike, estendida para mim também. Eu tomo cada canção não apenas como um medicamento espiritual, mas como um antídoto para a desesperança. 

 

By Cleutta Paixão 

Internacional Copyright© for Literary and Visual Author Cleutta Paixão 

Brazil 🇧🇷

27/03/2025

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