Roupagem
Vestida de corrragem o tempo ido fui visitar
Visita furtiva de tudo que deixei por lá
Tudo me pertencia naquele lugar
E nada devia tirar
Cuidado a se tomar
Cada pertence a outro devia faltar
Vida dividida sem conceber acabar Despindo a roupagem daquele lugar
Que o espírito desejava depois da vida morar
Vida esvaida sem o tempo contar
Vida objeto falava sem falar
Ao outro que nem mais lhe queria escutar
Acaso escutasse
Ouviria a vontade de sair do lugar
Ouviria tudo entendendo acreditar
Sem vítimizar
Sem fazer de conta se surpreender
Que no objeto humano vida pulsar
Nova roupagem para a vida buscar
Se saísse recomendava para trás não olhar
Levar na bagagem o que conseguisse levar
Sem o direito de voltar para mais nada buscar
Saiu objeto levando na bagagem a magoa do lugar
Despiu-se da roupagem da tristeza que vivia a clamar
Despiu de falar sem que o outra pudesse escutar
Com outra roupagem
Despi-me de uma vida
Da roupa traças com água tirei
Empregnado o cheiro do passado
Ano a ano a contar
Brechó de uma vida no varal a secar
Cada roupa uma história contar
Uma cena encenar no palco da vida
Daquele que imagina girar
Água suja da poeira do tempo o ralo levar
O passado que se quis para trás deixar
Vivo em cada roupa está
Cacarecos a ajuntar
terça-feira, 8 de fevereiro de 2022
Poemando: ROUPAGEM
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