terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Autobiografando: Em Todo Ser...

Cleuta Paixão:





Sônia Luzia

Em todo ser, existe um Templo onde se pode sentir imortal.... Em minha irmã há de existir um coração secular, um templo enfim, onde podemos sentir sua presença orar por ti e através de ti, pela intercessão de Nossa Senhora e Nosso Senhor Jesus, pedir proteção pelos que amamos...

E que seja um templo assim como Catedral, interpretada por Leandro, que também habita esse templo e que quando eu sofria quando ele se foi, você irmã querida, que hora foi mãe, hora foi amiga, hora foi filha sofria comigo e sofremos e choramos juntas pelo decorrer do ano, mal sabíamos o que o destino estava nos reservando...

Tampouco sabíamos que aquele novembro não seria doce, como foi nos dois dias em que você no feriado de finados, veio nos visitar e passou em nossa companhia comemorando a recuperação de nosso irmão caçula em sua cirurgia, e o aniversário do nosso irmão mais velho dos homens e mais jovem que nós duas... Dias que começaram na madrugada de sua chegada com uma serenata ao som da música Pior e Te Perder, como que anunciando o que estava por vir, sem que nossa ínfima concepção de sabedoria conseguisse entender em tudo que aconteceu de melhor e mais intenso nesses dias que era sua despedida e que estava prestes sua partida para junto de Deus. E seguida a seresta pela música Catedral, firmando a anunciação sublimada da morada de seu ser.

Dias que entre comoção pelos que já partiram sem volta e a lamentação pela partida de forma repentina do Leandro, ouvimos repetidamente as músicas de Leandro e Leonardo, enfatizando a música Catedral e outras duas sendo: Anjos de Deus (Pe. Marcelo Rossi) e Pior é Te Perder (Zezé Di Camargo e Luciano), músicas que havia escolhido como trilha sonora da festa de final de ano de sua escola...

E nem imaginávamos que terminado o feriado, retornando para Goiânia, naquele acidente trágico e fatal, minha irmã querida partia desse mundo deixando meu coração, que já estava doendo, com muito mais dor, uma dor que não foi sentida nem quando nosso pai se foi levando junto com ele toda minha (nossa) terna infância, deixando a melancolia da saudade. E eu que antes era amparada por ela eu meus lamentos, me vi chorando sozinha e de nada adiantou pedir para ficar, a fé me faltou diante do pavor ao pedido que fiz a Jesus, nosso redentor e sua voz para sempre se calou, deixando em minhas narinas o seu cheiro entranhado e o último suspiro ecoando em meu ouvido até hoje.

E em meu coração fiz um Templo e te trouxe para nele morar junto ao nosso pai, tia, avós e todos que amamos e vivem em espirito imortal. Pedindo a Deus para tanta dor suportar e tentar compreender que em todo ser existe um Templo em que todos um dia vão lembrar, e com amor, dor e saudades às canções Catedral e Pior é Te Perder dedicar-te-ão. Canções estas que ouvimos com dor e muito respeito: nossa família, nossa amada mãe, irmãos, sobrinhos, seus filhos eu, sentindo por tempo infinito essa dor imensurável, insuportável e insuperável.

VOCÊ

Você!
Antecedeu a chegada,
Retardou a partida,
Foi com Jesus,
Pedaço da minha vida.

Você!
Amiga irmã,
Soube ser filha e mãe também,
Riu de todas minhas aventuras,
Não reprimiu ninguém.

Você!
A todos dedicou amor e carinho,
Doou lar, filhos e respeito,
Sentiu a gratidão,
Que eu trazia no peito.

Você!
Entregou-me crias de tua entranha,
A eles amor materno dediquei,
Carinhos ofertei o quanto os embalei,
Sem ser o teu ser e nunca serei.

Você!
Vibração no amor e balsamo na dor,
Nessa saudade crescente,
Que não ameniza,
A dor que gente sente.

Por você!
Senti que Deus é presente,
Sustenta a dor que o sujeito sente,
Amplia o amor de toda gente,
E mostra o louvor que tem dentro da gente.

Por você!
Com dor e louvor vou pedindo em oração:
Aumentar a fé na ressurreição,
E que um dia mereça,
Reencontrar por ela uma irmã e todos outros irmãos.

Você!
Permita que eu a encontre,
Nos silêncios das catedrais,
E na esperança que renasça em Cristo,
E que seja imortal.

Você!
Vibração no amor que o coração sente,
Em espirito se faz luz,
E aconchego ontem, hoje e sempre,
Aos que aqui choram por ti.

Autoral: Cleuta Paixão* 

Todos os direitos reservados. Proibido a reprodução de partes ou do todo desta obra sem autorização expressa da autora (art. 184 do Código Penal e da Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998).  

Este Poema compõe o Livro A MENINA QUE ATRAIA PÁSSAROS de Autoria de Cleuta Paixão.


 By Cleuta Paixão*

Compartilho Catedral,  versão Leandro e Pior é Te Perder - Zezé Di Camargo e Luciano



Catedral - Leandro


No deserto que atravessei
Ninguém me viu passar
Estranho e só
Nem pude ver
Que o céu é maior
Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar

É deserto onde eu te encontrei

Você me viu passar
Correndo só
Nem pude ver
Que o tempo é maior
Olhei pra mim
Me vi assim
Tão perto de chegar
Onde você não está

No silêncio uma catedral

Um templo em mim
Onde eu possa ser imortal
Mas vai existir
Eu sei, vai ter que existir
Vai existir nosso lugar

Solidão

Quem pode evitar
Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e deságua dentro de mim
Amanhã, devagar
 Me diz como voltar

Se eu disser

Que foi por amor
Não vai mentir pra mim
Se eu disser
Deixa pra depois
Não foi sempre assim
Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar

(Composição: Tanita/ Takaran)



Pior é Te Perder - Zezé Di Camargo e Luciano


Quanta gente a gente vive
deixando pra trás
Mas têm coisas nesta
vida que não voltam mais

quanta gente a gente vive
deixando pra trás
Mas tem coisas nesta 
vida que não voltam mais

A primeira namorada
A professora do jardim
Companheiros de estrada
Não se lembam mais de mim

Amizade abandonada
Só colegas de profissão
A família separada
Meus vizinho eu nem sei quem são

Pior que tudo isso é te perder
Ter que chorar ter que sofrer
Pra aprender então a dar valor 
A um grande amor

Pior que tudo isso é te perder
Ter que chorar ter que sofrer
Pra aprender então a dar valor 
Ao nosso grande amor

Não vá, não sei
Viver sem o teu amor
Não vá, não sei
Viver sem o teu amor

(Composição: Álvaro Socci/ Claudio Matta)

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