CENTO E CINQUENTA DIAS
Foi vivendo antes dos últimos cento e cinquenta dias...
Vivendo tempos de efémeras alegrias...
Que enternecida aprendi...
Que sempre precisamos saber para onde ir.
Com quem ir e para onde voltar.
E quando ao ponto de partida retornar...
Saber proporcionar uma convivência sadia.
Relacionar como se fosse o último encontro todo dia.
Porque foi vivendo os ausentes cento e cinquenta dias...
Acompanhada das noites de agonias...
Que entendi o que deixei de entregar...
Abraços, despedidas e almas sem alegrar.
E compreendi que tudo passa.
E como um pão que queima por descuido quando assa...
Precisamos cuida e temperar a serenidade.
Com essência de amor e verdade.
É preciso, adoçar afetos...
Aromatizar desertos...
Saborear o ente quando estás perto...
Para suportar o sal das feridas em aberto...
Quando despertares sem teu ente amado...
Sorridente respirando ao teu lado.
E essa alma querida, afincar o punhal dá dor...
Onde dantes enraizava amor.
És preciso ser coerente...
Conciso ao regar a dor, e ser paciente...
Porque nesse canteiro de plantar incerto...
É preciso calma para fazer o enxerto certo.
Cultivar mais amor e menos flor do deserto.
Sentir que o que te feriu, deixou seu irmão de peito aberto.
E ainda que apareça a cicatriz...
Apenas o tempo o corpo se refaz desde a raiz.
É com o tempo que descobrimos...
Que na armadura que nos cobrimos...
A dor por mais profunda que for...
Adubada de saudade floresce sublime amor...
Quando chegada a primavera...
Que vem para mostrar em todas era...
Que vida para brotar...
Antes tem que podar!
E de todas às podas o espirito não se perde.
Se renova! Refloresce imortal em meio ao verde.
A alma é como o verde da mata.
O mesmo verde revivido depois que a vida na terra mata.
O verde da esperança...
Multicores, que nos enche de confiança.
E crença no agir do Criador.
O mesmo Pai que concede o tempo de vida da flor!
E quando não há mais lágrimas para regar...
Quando não a força para a terra amanhar...
Resignar é preciso.
E ressignificar a vida no que achamos ser eterno paraíso...
É não se perder em vazios...
É não se perder na quantidade de vezes que o nosso Criador concedeu durázios.
Restituindo nossa confiança...
Refazendo nosso coração para afiançar no irmão esperança!
Diante do profundo entendimento...
Que a vida telúrica e por um momento...
Precisamos mudar a nota da nossa lírica...
Entoar a nota empírica...
Da passagem pela terra de todo Ser.
E acreditar que nosso viver propósito ter.
E com etéreo pensar, quantas vezes precisar...
Nosso propósito precisamos reeditar.
Compor uma canção...
Entoando para a alma imortal gratidão.
Agradecendo o corpo cansado...
Que ao chão tombado...
A terra adubou...
E o espirito que aos céus se elevou.
Agradecendo a chegada da primavera...
E a floração maternal que em nosso viver impera!
Cleutta Paixão
Brasil
(30/09/2023)
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