domingo, 1 de outubro de 2023

Poemando: CENTO E CINQUENTA DIAS

CENTO E CINQUENTA DIAS 

Foi vivendo antes dos últimos cento e cinquenta dias... 
Vivendo tempos de efémeras alegrias... 
Que enternecida aprendi... 
Que sempre precisamos saber para onde ir. 
Com quem ir e para onde voltar.
E quando ao ponto de partida retornar... 
Saber proporcionar uma convivência sadia. 
Relacionar como se fosse o último encontro todo dia. 

Porque foi vivendo os ausentes cento e cinquenta dias... 
Acompanhada das noites de agonias...
Que entendi o que deixei de entregar... 
Abraços, despedidas e almas sem alegrar. 
E compreendi que tudo passa. 
E como um pão que queima por descuido quando assa... 
Precisamos cuida e temperar a serenidade. 
Com essência de amor e verdade. 

É preciso, adoçar afetos... 
Aromatizar desertos... 
Saborear o ente quando estás perto... 
Para suportar o sal das feridas em aberto... 
Quando despertares sem teu ente amado... 
Sorridente respirando ao teu lado. 
E essa alma querida, afincar o punhal dá dor... 
Onde dantes enraizava amor. 

És preciso ser coerente... 
Conciso ao regar a dor, e ser paciente... 
Porque nesse canteiro de plantar incerto... 
É preciso calma para fazer o enxerto certo. 
Cultivar mais amor e menos flor do deserto. 
Sentir que o que te feriu, deixou seu irmão de peito aberto.
E ainda que apareça a cicatriz... 
Apenas o tempo o corpo se refaz desde a raiz. 

É com o tempo que descobrimos... 
Que na armadura que nos cobrimos... 
A dor por mais profunda que for... 
Adubada de saudade floresce sublime amor... 
Quando chegada a primavera... 
Que vem para mostrar em todas era... 
Que vida para brotar... 
Antes tem que podar! 

E de todas às podas o espirito não se perde. 
Se renova! Refloresce imortal em meio ao verde. 
A alma é como o verde da mata. 
O mesmo verde revivido depois que a vida na terra mata. 
O verde da esperança... 
Multicores, que nos enche de confiança. 
E crença no agir do Criador. 
O mesmo Pai que concede o tempo de vida da flor! 

E quando não há mais lágrimas para regar... 
Quando não a força para a terra amanhar... 
Resignar é preciso. 
E ressignificar a vida no que achamos ser eterno paraíso... 
É não se perder em vazios... 
É não se perder na quantidade de vezes que o nosso Criador concedeu durázios. 
Restituindo nossa confiança... 
Refazendo nosso coração para afiançar no irmão esperança! 

Diante do profundo entendimento... 
Que a vida telúrica e por um momento...
Precisamos mudar a nota da nossa lírica... 
Entoar a nota empírica... 
Da passagem pela terra de todo Ser. 
E acreditar que nosso viver propósito ter. 
E com etéreo pensar, quantas vezes precisar... 
Nosso propósito precisamos reeditar. 

Compor uma canção... 
Entoando para a alma imortal gratidão. 
Agradecendo o corpo cansado... 
Que ao chão tombado... 
A terra adubou... 
E o espirito que aos céus se elevou. 
Agradecendo a chegada da primavera... 
E a floração maternal que em nosso viver impera!

Cleutta Paixão
Brasil 
(30/09/2023) 

©Todos os direitos textual e de imagens são reservados à autora e seus pseuds



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