terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Cronicando: SÁVIO LUÍS

Em 22 de maio de 1970, cinquenta e um anos atrás, próximo ao meio dia, nossa mãe em trabalho de parto estava trancada no quarto com a vó Emília, uma preta linda, cuidadosa e confiável parteira amada por todos na cidade, e, na cozinha nossa avó Leopoldina, apreensiva de um lado para o outro, parecia que ia se quebrar a qualquer momento nesse movimento de ir da mesa ao fogão enquanto nos serviam o almoço, o mais rápido que tivemos que comer e quando um ruído veio do quarto, ela justificando ser miado de gato nos despachou sem mesmo terminar o almoço para a escola (Sônia, Natal e Eu) ao tempo que fazia a Michele dormir. Jamais vou me esquecer da figura da vó Leopoldina, magra, elegante, enérgica e severa ao corrigir nossas traquinagens e ao exigir santidade em respeito pela imagem dos seus santos de devoção. E confesso nunca ter ouvido um miado tão intenso e nem deseja tanto que a aula acabasse logo. E nem quando chegamos em casa e nos deparamos com nosso irmão caçula todo vestido de roupinhas amarelas nos braços da nossa mãe combinando a cor com a camisola d’Ela. Ah! No livro da nossa vida todas as páginas estão intactas, os primeiros engatinhados, passinhos, o cuidado que tinha com ele, a alergia a mercúrio e outros medicamentos, a adolescência sem a referência paterna que promoveu uma proteção excessiva sobre ele é que graças a Deus só contribuiu para que se tornasse um homem e profissional de bem, o melhor filho, irmão, tio, amigo, companheiro, político, esposo e pai. E literalmente o melhor genro e cunhado. O gatinho do miado estrondoso foi batizado com o nome Sávio (de Domingos Sávio) e Luís (nome de família materna) e por ser o único filho que nosso pai não ajudou a escolher porque quando o Sávio nasceu ele estava hospitalizado todo quebrado num dos trechos que entre Manaus, Amazonas ou Porto Velho, Rondônia, retornando todo engessado após 5 meses do nascimento passou a chama-lo de baiano. E assim dividido entre baiano e savinho sobreviveu sem trauma e formou um caráter impecável. Poderia citar um defeito, mas ser adversário político quando difere de sua própria candidatura não é defeito e sim posicionamento e visão diferente e que deve ser respeitada. Enfim, textão só para lembra-lo que não há distância que apague a memória afetiva, a gratidão por ser o amigo em todo tempo e nem nossa própria história. Tampouco, o sentimento de amor pleno. Além de parabenizar por mais este ano de contrato renovado com Deus e que continuem abençoados, integros, prósperos e plenos seus anos! 
Parabéns meu irmão amado! 
Feliz aniversário!

By Cleuta Paixão

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