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*Cleuta Paixão |
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Semana e Dia da Consciência Negra!
Conforme pesquisa, este dia, 20 de novembro, aqui no Brasil das "Bandeiras Preconceituosas" é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro, hoje denominado afrodescendente na sociedade brasileira. O mais incrível é que em todas as lembranças que povoa minha memoria, seja na vivencia local, regional, estadual, nacional ou mundial, a imagem do negro esta inserida como sujeito participativo do meu mundinho insignificante e da sociedade. O que não significa ignorar foto sumamente importante, como a escravidão. Falar sobre a escrevidão, cabe sim uma reflexão em outro momento, no sentido de identificar o sujeito escravocrata ou até mesmo os injustiçadores sociais. Cabe, quando for abordar esta questão, inserir neste contexto refletivo o coloquio do sujeito da cor amarelo índio e japonês e branco italiano que por aqui vivia ou aportava e do mesmo modo era escravizado como o negro afro ou miscigenado.
Reportando ao Dia da Consciência Negra, talvez eu vivi e viva em um mundo só meu, onde por exemplo, convivi com negro com a mesma dignidade e intensidade convivida com o amarelo, o rosado e branco. No convívio local, fui dignamente neta das parteiras vó Cachucha e vó Emília. Um dos maiores amigos do meu pai era o negro afro Ari. Vários primos branquelos da minha mãe, casaram com filhas de negras afro, as quais adotei como avós e gostava quando ia nas suas casas e comia suas deliciosas comidas. No período escolar, trago a deliciosa lembrança da competência dos meus amados mestres negros afros, Tide, professor de português e Nilza, professora de história. Além de várias pessoas da cor negra afro que passaram pela minha caminhada vivencial, umas permaneceram, outras não e o condicionante não era sua #cor, mas afinidade e caráter.
Do mesmo modo, admirava e admiro personalidades da cor negra afro, quer seja, na música, na arte, na educação ou no social. Admiro o ser e o fazer em qualquer cor.
Fica a concepção: "O que distancia o sujeito da sociedade e da forma digna de se viver e conviver nesta dita sociedade, não é a cor da sua pele, é sim, a sua condição social e moral", sobretudo, é sua incapacidade de conquistar por mérito próprio seu espaço e sua história.
Registra alguns dos admiráveis sujeitos negros afros na historia de todos os tempos e posteridade pelas sua conquistas e não pela oportunidade "quotiva" (Quota) proporcionada pela sua cor somente:
- Zumbi dos Palmares e Chica da Silva.
- O Almirante negro afro João Cândido foi militar da Marinha do Brasil em 1910.
- Os negros afros Pelé, Aida Santos, João Carlos Oliveira, são em todos os tempos a referência e orgulho do Esporte.
- Os negros afros José do Patrocínio, Toni Morrison, na Literatura e Milton Santos, na Educação.
- Os negros afros Gilberto Gil, Milton Nascimento, Martinho da Vila, Djavan, Glória Maria, Lázaro Ramos, Samuel L. Jackson, Michael Jackson, Will Smith, Whitney Houston, Tina Turner, Taís Araújo, Bob Marley, Stevie Wonder, Chuck Berry, Ray Charles, na música e arte.
- Os negros afros Nelson Mandela, Malcon X, Martin Luther King, Barack Obama, Joaquim Barbosa.
Enfim, são tantos sujeitos notáveis na cor negra afro que levaria dias para relatar todos.
Por fim, "Viva a consciência, seja ela amarela, rosada, branca, negra ou miscigenada. Viva pessoas capazes de adquirir suas conquistas, sobretudo, de serem livres dos ditames preconceituais, onde, o maior preconceito é diferenciar o sujeito da atualidade em que o maior país economicamente tem como presidente um negro afro."
Fica como registo também, para esta reflexão: minha baba, a Janete era #branca de olhos verdes.
Cálice - Milton Nascimento e Chico Buarque
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
(Composição: Chico Buarque/ Gilberto Gil
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Cleuta Paixão*
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